quinta-feira, 17 de maio de 2018

O Monstro do Espelho

Algo que eu não tinha percebido:

No ano passado, para quem conviveu comigo, eu falava muito do monstro do espelho. E ontem eu lembrei dele.

E lembrei de coisas muito legais do início da minha saga (e de quando cheguei ao meu peso máximo).

Em 2015 eu fui conversar com uma médium que me falou assim:

"Dhenise, a beleza que você procura não está na sua forma física. Não está nos traços bonitos do seu rosto. A verdadeira beleza está no brilho dos seus olhos e na verdade do seu sorriso, é aí que mora a sua beleza.

Não adianta nada ter um corpo lindo, ter um rosto lindo, um narizinho grego se você não tem brilho nos olhos e não tem um sorriso honesto e verdadeiro. Você nunca vai ser uma pessoa bonita se você não olhar pra vida com alegria."

E eu fiquei muito marcada por isso, mas ainda assim com muita dificuldade em ver beleza em mim. Eu cheguei em 2017 brigando comigo e com minha aparência, me achando profundamente feia, até que teve um momento em que eu consegui olhar no espelho e enxergar que por trás daquela gordura existia beleza. Existia beleza no brilho dos meus olhos e em um sorriso sincero que às vezes aparecia.

E assim eu fui fazendo as pazes com o monstro no espelho. Me permiti gostar mais de mim e ser mais minha amiga, e lógico que veio, com muita ralação, a recuperação física.

Hoje é fácil gostar da minha imagem no espelho, é simples, é agradável.

Eu não me acho uma pessoa linda, acho meu nariz meio torto pra baixo esquisito, tenho umas expressões meio nervosas. No meu corpo então nem se fala. Tem umas gorduras que eu não queria ter.

Mas é só por hoje.

O bicho que pega agora é encarar os monstro interiores. Esses aí são muito mais fortes e agressivos que o monstro no espelho do ano passado.

Aquele monstro no espelho que eu via era uma ilusão, não era real.  Eu estava olhando para um imagem e tendo preconceito comigo mesma. Afirmava que não tinha problema, que não tinha preconceito em relação aos outros, mas eu estava sofrendo de preconceito em relação a mim.

E hoje, que sou amiga da minha aparência, travo brigas com monstros interiores muito mais bravos. Monstros que parecem reais. Grandes monstros.

Se eu estou fazendo musculação, tenho a impressão que esses monstros interiores estão fazendo crossfit. Eles estão piores e prontos para me derrubar.

A única força que encontro para esses monstros não me derrubarem está em compartilhar com amigos de confiança as minhas dificuldades. Está nos outros, não está em mim. Eu enfraqueço os monstros quando eu abro o jogo.

Tenho passado por situações difíceis de lidar e sei que a chave para desativar os monstro está nos outros, está em não guardar mais para mim.



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