segunda-feira, 28 de maio de 2018

Amor é para quem?

Eu estou aqui na fila do combustível (ótima oportunidade para muitas reflexões) e pensando cá com meus botões o quanto estou mais perceptiva.

Essa questão de viver uma alimentação saudável, sem comer compulsivamente, sem comer alimentos que levam quase que invariavelmente para uma recaída na comilança me deixou muito mais sensível, com uma percepção muito mais aprofundada de mim.

É muito difícil lidar com isso, pois muitas coisas doem: muitos sentimentos e lembranças são doídas e difíceis de serem digeridas.

Por muitos anos eu me habituei a lidar com essas dores do passado por meio da comida, criei o hábito de resolver problemas comendo. Então hoje, quando eu estou fragilizada ou derrubada por uma emoção forte, eu preciso aprender a lidar de uma forma real, preciso encarar de frente a dificuldade.

A comida frequentemente me trazia uma falsa sensação de bem estar emocional, acrescida de um desconforto físico grande.

Hoje, e só por hoje, a comida para mim é alimento, é fonte de nutriente. Tenho tomado muito cuidado com os alimentos que engordam, pois eu engordo muito fácil.

Agora estou encarando um processo de reconstruir as minhas relações afetivas. Eu contruí uma relação afetiva com a comida ao longo desses anos, então eu preciso desconstruir isso.

Então, essa história de "eu amo determinado alimento", "estou com saudade de determinado alimento", eu ainda tenho isso e não quero mais. Não acredito que seja legal ficar construindo emoções com alimentos.

A consciência vem de entender que existem alimentos que me dão prazer quando eu como. Eu escolho alimentos extremamente prazerosos nas minhas refeições, mas dentro do saudável, do adequado, do meu plano alimentar.

Agora preciso aprender a desenvolver afeto por pessoas, o que é algo bem mais complicado. É mais fácil pra mim dizer que eu amo queijo.

Para encontrar essa reconstrução, eu preciso olhar fundo para dentro de mim e acessar o momento que fez com que eu deturpasse as minhas relações afetivas...

Essas questões são algumas das que habitam o mundo complexo da Dhenise. Eu tenho buscado destrinchar esse mundo complexo para me reconhecer e por fim, me amar. Afinal, eu sou a pessoa mais importante da minha história. Se não consigo me dar amor, como posso amar ao próximo.

Parece balela, mas é meu momento real. Quero conseguir dizer que me amo tanto quanto eu amo um pedaço de um queijo gostoso.

E deixar o queijo gostoso para as refeições livres.

Pronto, chegou a minha vez.



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